domingo, 10 de abril de 2011

Vídeo-aula 5

Papel do professor na
 Mediação cultural

É importante que o professor seja um mediador, aquele que aproxima os alunos dos agentes culturais (pessoas que trabalham com cultura) e os artistas (produtores de Arte).
Esse objetivo está obviamente mais ligado ao papel da disciplina de Arte, porém pode estar conectado também às outras disciplinas.



Pontos principais:

*Desmitificar a Arte como objeto acessível a poucos;

*Desconstruir a Arte como conhecimento distante do cotidiano;

*Promover a consciência sobre o valor da Arte na sociedade e na vida dos indivíduos;

*Priorizar o estudo e o conhecimento de artistas brasileiros, para valorização de nossa produção artística e cultural;

*O aluno aprende Arte com suas próprias produções, com a dos pares e a partir do conhecimento sobre a produção sócio-histórica da Arte;

*A Arte promove a autoestima do aprendiz porque possibilita a expressão de cada um, construída com base em saber fazer, saber interpretar e valorizar a Arte de modo autoral em um contexto de aprendizagem compartilhada;

*Os temas transversais, questões sociais da atualidade, associam-se às poéticas (meio ambiente, trabalho, consumo, ética, pluralidade cultural, orientação sexual) e outros temas importantes aos contextos educacionais;

*Os temas transversais são ensinados com as obras associados a conteúdos plástico-formais;

*A formação cultural mediada pelo professor promove a integração social, fala de perto ao estudante, anima-o a freqüentar a escola, porque pode manifestar-se a compartilhar suas experiências com os pares e apresentá-las à comunidades escolar ou compartilhá-las em redes sociais;

*Arte pressupõe práticas de educação diferenciada, reconhece a cultura como conteúdo de poder transformador e formador da identidade do estudante;

*Cabe ao professor selecionar Arte de qualidade para o aluno conhecer, para sua identidade reconhecer-se nessas referências na força dessas criações;

*Selecionar conteúdos para o aluno  perceber a importância da autoria do protagonismo, nas formas, ideias, ações e escolhas em Arte;

*Trabalhar a Arte com sentido na vida das pessoas e na sociedade.
O que o professor conhece e sabe fazer para ensinar arte:

*Conhecimentos sobre o desenvolvimento artístico no fazer e no desenvolvimento da compreensão estética;

*Conhecimento sobre Arte e educação em Arte;

*Outros conhecimentos precisam vir da prática do professor: participação em eventos artísticos e experimentação em práticas artísticas.

As interações efetivas das crianças com a arte adulta como fonte para suas criações permanecem excluídas das ideias dos autores de arte educação até o final da segunda metade do século XX, mais precisamente até a década de 80.

*Escola Novaà destaque nos aspectos endógenos na aprendizagem (desenvolvimento da criança, sensibilidade, mundo interno, motivação, emoções, autoexpressão), e de outro a Escola Tradicional, sublinha os aspectos exógenos da aprendizagem (cânones, valores culturais, informações do universo da Arte, saberes técnicos, história da arte).

*Escola Contemporâneaà a interação com a arte adulta é feita pelas crianças e a estética adulta é ressignificada na produção infantil, que a assimila a seus esquemas artísticos, associa aspectos endógenos e exógenos.



Um comentário:

  1. Ao entrar pela primeira vez em uma turma, os alunos sem pestanejar, perguntam:

    -Professora, a senhora dará desenho?

    -Não!- respondo enfática.

    E em seguida, explico o motivo de não priorizar desenhos nas aulas de Arte. Faço uma descontraída enquete. Peço que levante a mão quem não gosta de Arte. Sempre existem alguns alunos que se pronunciam afirmando não gostarem. Questiono então, uma série de itens:

    -Você não ouve música? Não vê filmes? Não gosta de ler revista em quadrinhos? Não gosta de vestir ou usar algum acessório da moda? Não se emociona com algum show de seu artista preferido? Não acha bonito um grafite na parede? Não se deslumbra com o formato e a imponência de algum prédio da cidade? Nunca se emocionou com algum texto bem escrito?

    Após esses questionamentos, explico que a Arte não é algo distante de nossa realidade, pelo contrário, ela é inerente ao homem e é uma maneira de expressar-se, de comunicar-se consigo mesmo, com o outro, com o mundo.
    Engraçado perceber, como os alunos detém uma visão minimizada do que é Arte e como devemos estudá-la.
    Infelizmente, como arte-educadora, me deparo vez em quando, com instituições de ensino, que estão mais preocupadas com o tecnicismo, a transmissão de conteúdos artítiscos, do que a consciência crítica e a sensibilização do indivíduo.
    O ensino da Arte deve agregar o todo a si; é uma ferramenta para entender o mundo e está diretamente ligada a todas as matérias e conteúdos do currículo escolar.
    Recentemente, mostrei aos alunos o filme "Ilha das Flores", que aborda temáticas como a desigualdade social, o lixo, o capitalismo e a miséria.
    Tentei conversar com os professores para fazermos um projeto interdisciplinar, onde cada um abordaria sua matéria a partir do filme. É comum encontrarmos resistência por parte da maioria, em relação à Arte. Muitos, receberam ensinamentos tradicionais que priorizam a apreciação estética e os trabalhos manuais, não tendo a oportunidade de sentir a Arte e relacioná-la criticamente com o mundo que nos cerca.

    Ainda há muito para se progredir no ensino da Arte no Brasil, mas acredito que estamos progredindo lentamente. A Arte é uma ponte entre os homens, nos une, nos agrega, nos transforma e transforma nossa sensibilidade à favor do mundo.

    Eu, uma apaixonada por Arte, atriz, tento dia a dia, transmitir aos meus alunos, um pouco dessa paixão. E quando percebo algum olhinho brilhando feliz, identificando-se com alguma obra, conjecturando relações com o meio, refletindo... meu coração se enche de alegria!

    Arte é a própria vida ressignificada.

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