sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Vídeo-aula 5

Conceito da transversalidade

Romero Brito


Novos sentidos para a educação e a ciência
Os avanços da ciência podem não ser suficientes para se construir a democracia, a justiça e o bem estar social.

Objetivos da Educação

Instrução- Conteúdos definidos por cada cultura/sociedade
Formação ética e moral- Cidadania

Nas últimas décadas houve uma mudança radical no papel da escola na sociedade. Antigamente, a escola era apenas responsável por transmitir conhecimentos. Com os avanços tecnológicos, com as modificações na estrutura mercadológica, as famílias enfraqueceram o seu papel de educar e transmitir valores, formando cidadãos. Este papel ficou relegado à escola, juntamente com a responsabilidade de instruir intelectualmente.

O conceito da transversalidade na educação

*Temáticas que perpassam os diferentes tipos de conhecimento;
*Temáticas ético-político-sociais atreladas à melhoria da sociedade e da humanidade;

Quais as temas são os transversais?

*Temas voltados para uma educação em valores;
*Temas que buscam dar respostas aos problemas que a sociedade reconhece como prioritários ou preocupantes;
*Temas que buscam conectar a escola à vida das pessoas;
*Temas que estão abertos à incorporação de novos temas e problemas sociais;

Um comentário:

  1. "O mundo não é aquilo que eu penso, mas aquilo que eu vivo; eu estou aberto ao mundo, comunico-me indubitavelmente com ele, mas não o possuo, ele é inesgotável."
    Maurice Merleau-Ponty


    Alunos passivos, à espera de um professor que deposite seus conhecimentos e depois “saque” na forma de avaliação. Os conhecimentos “necessários” agrupados em níveis e separados em disciplinas. Tudo é subjetivamente desinteressante.
    Quando estudei no Ensino Médio - antigo colegial- achava chato ir à escola. Nada me interessava; apenas algumas aulas de Geografia e História me incitavam, pois estas professoras estimulavam os alunos a pesquisarem e realizarem trabalhos que usassem a criatividade. Estimulavam-nos a ir em busca do conhecimento e trazer um retorno em forma de apresentações dinâmicas e diferentes. Como sempre amei teatro (meu sonho era ser atriz), sempre utilizava encenações em qualquer atividade que fosse possível. Era a única forma de me estimular. Matérias como Matemática e Física eram uma verdadeira tortura. Além de ter uma notória falta de habilidade, eu não entendia o porquê de estudar equações e fórmulas! Eu usaria em quê? Resultado: reprovei meu terceiro ano em Matemática Financeira e Estatística. Fiz um supletivo de seis meses e depois parti para a universidade. Fui estudar o que sempre mais amei: Arte. E com o contato com as aulas de licenciatura, me apaixonei por Educação e seu ideal humanitário.
    Quando li Paulo Freire pela primeira vez percebi que os meus questionamentos na época do colegial tinham fundamento:

    “Falar da realidade como algo parado, estático, compartimentado e bem comportado, quando não falar ou
    dissertar sobre algo completamente alheio à experiência existencial dos educandos vem sendo, realmente,
    a suprema inquietação desta educação. A sua irrefreada ânsia. Nela, o educador aparece como seu
    indiscutível agente, como o seu real sujeito, cuja tarefa indeclinável é "encher” os educandos dos
    conteúdos de sua narração. Conteúdos que são retalhos da realidade desconectados da totalidade em que
    se engendram e em cuja visão ganhariam significação. A palavra, nestas dissertações, se esvazia da
    dimensão concreta que devia ter ou se transforma em palavra oca, em verbosidade alienada e alienante.”
    (Pedagogia do Oprimido, pág.33)

    Como diz a frase de Maurice Merleau-Ponty, o mundo não é aquilo que se pensa, mas sim o que se vive. Aprender vem do ato de apreender o mundo através do viver. Quando o aluno vai em busca do conhecimento- porque algo faz sentido em sua vida cotidiana- ele tem os estímulos necessários para vivenciar o conhecimento e construir sua aprendizagem. Ele se torna agente, um navegador incansável e o professor é a bússola que vai orientá-lo nessa busca.
    Nesse sentido, a transversalidade aparece não só como uma solução para este mundo oco de conhecimentos distantes da realidade do aluno, mas também para preencher o vazio da escassez de empatia e humanidade que nos ronda. É preciso, acima de tudo, formar cidadãos éticos, preocupados e atuantes no mundo que vivemos. Indivíduos emocionalmente saudáveis e abertos ao próximo, para então construirmos um futuro para o nosso planeta de mais harmonia e igualdade.
    Por mais utópico que pareça, é preciso acreditar e lutar incansavelmente. O futuro da educação e, consequentemente, do mundo, depende de nosso empenho em transformamos nossa realidade monocromática e enchê-la de cores.
    Eu acredito. Eu sonho com um mundo colorido, feito uma pintura de Romero Brito.

    Muitos “corações” para nós!

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